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Ao jeito de Saramago

Era uma vez um soldado e uma jovem médica, era uma vez um músico e uma vidente, era uma vez um homem e uma mulher. Era uma vez…

Assim começam as histórias que povoam o nosso imaginário e assim começam as histórias que aqui publicamos. Enquanto houver homens e mulheres e, como diria Saramago, “enquanto houver mundo”, haverá sempre lugar para os encontros e desencontros da natureza humana. Ninguém melhor do que ele para descrever a magia do amor. Personagens humildes e histórias simples em ambientes adversos, jogos de luz e sombra, silêncios e ruídos, opulência e escravidão, tempos sem tempo. Tudo isto encontramos na obra de Saramago, mas é preciso não deixar escapar o momento, correr atrás do pensamento para apanhar as palavras, ditas ou pensadas. Tanto faz que sejam as do uso comum ou as mais eruditas, mas que sejam aquelas que se colam ao pensamento e transformam a aparente banalidade das coisas em poesia. A magia resulta da pincelada do mestre, neste caso, do escritor, que se mantém fiel ao propósito traçado de não atraiçoar a essência das suas personagens.  E o espetáculo acontece. Contudo, nem toda a gente tem entrada neste espetáculo, não por limitações de lugar, mas apenas porque a condição exigida implica reflexão e sensibilidade. Com estes dois requisitos, será possível ao leitor entrar no universo saramaguiano e até, partindo do texto original, recriar leituras, inspiradas na sua visão do mundo.  Foi este o desafio lançado aos alunos da turma CT4, do 12.ºano, que aderiram à proposta e contaram, ao jeito de Saramago, outras histórias, a partir da obra “Memorial do Convento”. O resultado foi positivo e provou que, com um pouco de imaginação e de sensibilidade, ainda é possível “fotografar” o mundo através das palavras.

Madalena Toscano, professora da disciplina de Português

Ao jeito de Saramago de Clara Póvoa
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