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Quem conta um conto
A atividade “Quem conta um conto…” surgiu no âmbito do estudo da obra Memorial do Convento, de José Saramago, e teve como principais objetivos motivar os alunos para a escrita criativa e desenvolver o seu espírito crítico.
Partindo da leitura da obra, foi proposto aos alunos que, em trabalho de pares, escrevessem um conto, orientado para determinados títulos, previamente definidos, respeitando as indicações constantes de um guião-síntese. Não se tratava de parafrasear a obra nem de fazer o seu reconto, mas de criar outras narrativas, a partir do texto original e que dele se afastariam, necessariamente, para dar lugar a outras histórias singulares.
Inicialmente, os alunos sentiram alguma dificuldade em se descolar do texto-fonte, o que é compreensível, dado o carácter sublime da ação de Memorial do Convento onde tudo parece encaixar-se na perfeição. Qualquer outro facto que, eventualmente, se pudesse acrescentar, viria desmoronar o equilíbrio da obra. Os alunos tinham consciência disso e, por essa razão, achavam que já estava tudo dito e que as histórias que iriam inventar só poderiam ser inverosímeis ou inusitadas.
O que se pretendia não era ramificar a ação da obra, mas simplesmente inspirar-se nela e, desafiando a imaginação, recriar situações ficcionais que poderiam ir do verosímil ao fantástico. A ideia não os convenceu de imediato, até porque os nossos alunos não estão muito habituados a esta situação de escrita. A hesitação inicial foi dando lugar ao entusiasmo e julgo poder afirmar que o resultado foi bastante positivo, considerando o que era expectável.
Como diz o ditado, quem conta um conto acrescenta um ponto. Considerando a experiência, também nós podemos dizer, à semelhança do texto da contracapa da obra “Era uma vez” …
Madalena Toscano, professora de Português