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Arte, mulheres, violência

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A exposição Arte, Mulheres e Violência fez parte de um projeto interdisciplinar com a participação das disciplinas de Português, História da Cultura e das Artes e Desenho. Envolveu ainda a área de Cidadania e Desenvolvimento e estruturas internas e externas à escola, a saber, a Biblioteca Escolar Clara Póvoa e a Câmara Municipal de Cantanhede, respetivamente.

Sendo a figura feminina um tópico da literatura portuguesa e de outras formas de arte, nomeadamente da pintura, da escultura ou do mosaico, a turma de Artes do décimo ano foi convidada, através da leitura, a olhar para a mulher e para o modo como ela é encarada pela sociedade ao longo dos tempos e, em particular, nos nossos dias. E, porque a violência contra as mulheres foi e é uma triste realidade, transversal a todos os estratos sociais, a todas as idades, a todas as sociedades e está, muitas vezes, bem perto de cada um de nós, os alunos, dando azo à sua sensibilidade artística, ao seu talento e à sua criatividade, representaram esse flagelo social. Deixaram as suas mensagens, os seus gritos de alerta porque o silêncio torna algumas coisas misteriosas, mas outra demasiado perigosas.

Silenciar, calar, ignorar é o pior caminho. Não ajuda, não resolve, não soluciona. Pelo contrário, abre portas, facilita e promove. Se cada uma destas representações suscitar uma reflexão, ainda que breve, a que nelas reparar, então a arte assume a sua função pedagógica que caminha de mãos dadas com a vertente lúdica. E porque as representações de género são construções sociais que definem papéis e comportamentos socialmente aceites, torna-se urgente refletir sobre a possível relação entre essas representações de feminino e as relações sociais de dominação e subordinação com impacto na vida das mulheres. Pensar nas mulheres obriga-nos, infelizmente, a falar em desigualdade de oportunidades e em desigualdade de género, formas de violência que nos devem indignar e inquietar. Acreditamos que e sensibilização é o primeiro de muitos passos que temos de dar para uma verdadeira mudança de comportamentos e para que a mulher seja isso mesmo: MULHER.

Fátima Marques, professora de Português

 
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