@Ler é um risco, arriscas-te?

Frei Luís de Sousa: uma versão ilustrada

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Entrar dentro de um texto nem sempre é tarefa fácil. É preciso encontrar a chave certa para abrir determinadas portas, ou como diz Garrett, no texto Memória ao Conservatório Real, “(…) é preciso entender para apreciar e gostar”. Acontece que o caminho para se chegar até aqui nem sempre é o mais evidente ou o mais comum. Frequentemente, temos que fazer alguns desvios para encontrarmos o Fio de Ariadne que nos permitirá alcançar o nosso objetivo. Nem sempre é fácil.

É sabido que nem todos temos as mesmas aptidões, mas também é certo que alguns de nós possuem determinadas capacidades inatas, que outros, mesmo com grande esforço, não conseguiriam igualar. É a chamada lei das compensações e ainda bem que assim é. Importa realçar que se pusermos as nossas competências, chamemos-lhes, neste caso, talento ou dom, ao serviço de outras áreas, o resultado pode ser realmente espantoso. Não quero com isto dizer que uma pontinha de génio tudo possa resolver, mas pode ajudar. Para tudo é preciso esforço e perseverança. Contudo, estes fatores só serão desencadeados se existir motivação e a confiança necessária para assegurar que o resultado a alcançar será positivo. O importante é dar o nosso melhor, mostrar do que somos capazes, com a convicção de que estamos a dar um passo em frente na superação de determinados obstáculos, que tantas vezes nos fazem desistir.

Posto isto, quero deixar aqui o meu elogio aos alunos da turma de Artes, do 11.º ano que, apesar das dificuldades que revelam ao nível da análise dos textos literários, conseguiram apreender o sentido da obra Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, reproduzindo, sob a forma de azulejos, várias cenas do texto dramático, de forma a obter um painel que traduz claramente as palavras do autor. A interpretação do texto, trabalhada nas aulas de Português, tornou-se visível nos desenhos apresentados e realizados na disciplina de Desenho A, sob a orientação da professora da disciplina. A intenção do autor, a teatralidade do texto, a estética romântica em que se integra e a emoção das personagens, tudo isto foi habilmente captado pelos nossos jovens artistas.

Parafraseando Garrett, é preciso compreender para sentir e fazer.

Madalena Toscano, professora de Português

Ver plano de aula AQUI no Aprendiz de Investigador

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